Adeus António.
O António foi uma das pessoas que, sem receber remuneração específica por isso, muito contribuiu para a minha educação. Foi uma das pessoas que me ensinou a ouvir música, o que significa que foi uma das pessoas que me fez ser o que sou hoje.
O António foi uma das pessoas mais simples que tive a oportunidade de conhecer. Foi uma sorte, uma benção, ter tido essa oportunidade.
O António entrevistou-me durante uma hora, em directo na Rádio Comercial, no extinto "Hora do Lobo". Tratou-me melhor do que trataria uma qualquer vedeta da indústria musical. Aliás, eu, como todos os músicos aspirantes, os músico novos, acabávamos por ser as verdadeiras vedetas do António. E por isso, no fim da entrevista, o António deu-me o seu número de telemóvel.
Que ainda guardo.
Para o qual olhei hoje várias vezes.
Acho que nunca mais nos falámos desde então. Mas a simples sensação de que já não o poderei fazer atormenta-me.
Continuei a ouvir o António, mesmo quando o António já só tocava para a Grande Lisboa. Fazia-o pela web.
Continuei a ouvir o António, mesmo quando o mainstream o atirou para uma margem. Fazia-o por convicção.
Continuarei a ouvir o António, mesmo agora que a sua máquina deixou de trabalhar. Fá-lo-ei por admiração.
Adeus António. Obrigado António.
Sou hoje muito daquilo que me deste a ouvir.
domingo, novembro 01, 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
0 comentários:
Enviar um comentário