segunda-feira, novembro 30, 2009

Problema de ouvido. Demasiado ouvido.

Cantigas.

Tenho cantigas dentro da minha cabeça.
Cantigas que compõem uma banda sonora permanente na minha vida.

Já me lembrei de escrever algo sobre isso. "O Homem que tinha cantigas na cabeça"!

Nos próximos dias, cantigas de 2009 que moram cá dentro.

Aqui vai uma. Importante.




domingo, novembro 29, 2009

Injusto

Sou injusto.
Não é por mal, mas acontece. É como quem está em espaços públicos, com gripe A e espirra. É injusto, mas acontece. Não faz de mim um suíno, o espirro, espero.
Fiz uma lista dos que mais me fizeram sorrir esta década, desde que ligados à música. Fiz. E depois vejo que não incluí a sociedade Quintão e Costa, ilimitados! Iluminados. Que bela dupla, qual Coutinho e Neto ligados à máquina do tempo. Vaza Pistas, subtítulo agradecido.
Na rádio nacional, a fazerem o trabalho das outras, ou vice-versa.Eles são os Bons Rapazes, que eu acho-os óptimos, magníficos, únicos. Se tivesse eu dez a sete anos diria: os meus best. Sim, para mim, eles sãos os novos barbudos da rádio que nos incentivam a comprar discos, de novo.
Por causa deles, aqui ficam dois paliatívos:



sexta-feira, novembro 27, 2009

Grega.

A grega pode ressuscitar.
Para já, está na Argentina. E abana a Cintura. E toca tambor.

É a Vida. Em grego.

Anger management.



Adormeci e acordei assim.

Idioteque.

Os discos não traem.
Os discos não abandonam.
Os discos não se vingam.
Os discos não nos tratam como bolas de futebol, que se pontapeiam para o lado que for mais conveniente.

E isto é tudo uma idiotice.

quarta-feira, novembro 25, 2009

Listas


Tu sabes.
Sabes que listas de discos ao fim do ano são, para mim, como as listas do supermercado: apontam tudo aquilo que não temos, ouvimos tarde ou gostavamos de ter conhecido.
Disco que seja memorável, para mim, é aquele que não rolou pelo meu corpo uma só vez. Música é demasiado efémera e massiva para se tornar memorável.
Se estivesse sempre a lembrar-me que «aquela é que foi» não me dava tempo para ouvir esta, dançar esta, gostar desta, gozar esta. Eu sou assim.
                                                         Há quem diga que não é só com a música.
                                                                                                                        Talvez.
Mas qual é a coisa que nos move em perder dez minutos,
                                                                                      quinze,
                                                                                                duas horas, a pensar quais os discos, temas, capas de albúns que mais gostei nestes dez anos, se os posso aproveitar com a banda nova, a música fresca, a massagem virgem aos meus tímpanos?
Qual a verdade em escolher cinco, dez, cinquenta discos para a década que nunca mais iremos viver e que apenas rescícuos mantemos em activo? Eu lembro-me do primeiro disco dos The Cranberries e de como o adorei naquele momento, e isso não faz dele memóravel.

Dez anos? Seja, haja lista, mas a minha.
Nestes últimos dez anos sempre que leio, vejo ou ouço certas personagens envolvidas nas músicas, seja a compor, a destruir ou só a alinhá-las, eu derreto-me em sorrisos:

1 Erlend Oye
2 Jay Jay Johanson
3 The Raveonettes
4 Felix da Housecat
5 DJ Amable

A ordem vale o que vale. Com excepção da primeira posição. E colocar mais era pôr-me em bicos de pés.

terça-feira, novembro 24, 2009

50(+1) em 10. [exercício #1]

Escolher os 50 discos mais marcantes desta década ora (quase) finda, é como escolher qual dos nossos filhos é o nosso preferido.
É injusto. É discriminatório. É especulativo e subjectivo.
Aqui fica um primeiro exercício. É só um draft. Admito fazer alterações ainda. E comentários. Muitos comentários

São 50.
+ 1.

Por ordem de emoções:

Radiohead – Kid A

Interpol – Turn On The Bright Lights

Yeah Yeah Yeahs – Fever To Tell

Sigur Rós - Agaetis Byrjun

The Strokes – Is This It

Herbert - Bodily Functions

Arcade Fire – Funeral

Radiohead – In Rainbows

PJ Harvey – Stories From the City, Stories From the Sea

Queens Of The Stone Age – Songs For The Deaf

The Horrors - Primary Colours

LCD Soundsystem – Sound Of Silver

TV On The Radio - Dear Science

Franz Ferdinand - Franz Ferdinand

Arctic Monkeys – Whatever People Say I Am, That's What I'm Not

The National - Boxer

Johnny Cash – The Man Comes Around

Portishead - Third

Blur – Think Tank

The Rapture – Echoes

Sigur Rós - Takk

Bloc Party – Silent Alarm

Bjork - Vespertine

The Stills - Logic Will Break Your Heart

Primal Scream - XTRMNTR

Beck - The Information

Vampire Weekend – Vampire Weekend

Coldplay - Parachutes

The Killers - Hot Fuss

The Kills - No Wow

Klaxons – Myths Of The Near Future

Sonic Youth - Rather Ripped

TV On The Radio - Return to Cookie Mountain

LCD Soundsystem - LCD Soundsystem

M83 - Saturdays=Youth

Wolfmother - Wolfmother

The Invisible - The Invisible

The National - Alligator

Doves - The Last Broadcast

Beck - Modern Guilt

Black Rebel Motorcycle Club - BRMC

At The Drive-In - Relationship Of Command

The Walkmen – Bows and Arrows

Ladyhawke - Ladyhawke

Morrissey - You Are The Quarry

Ladytron - Light+Magic

NERD - In Search Of...

The Datsuns - The Datsuns

Editors - The Back Room

The Raveonettes - Preety in Black

Cansei de Ser Sexy - Cansei de Ser Sexy


e...


Zoë - Synth-o-Matic

segunda-feira, novembro 23, 2009

Uma espécie de reencontro.

O reencontro de velhos amigos, cujos caminhos se separaram algures na vida, é uma espécie de buraco negro da imprevisibilidade.

A separação nem sempre é dolorosa ou litigiosa. Às vezes, a separação é só um acidente provocado pelas disposições e pelas personalidades.

No sábado, reencontrei-me com os Massive Attack, meus amigos há cerca de 18 anos. O nosso último encontro em carne e osso reportava a 2004. Não guardo grandes memórias. Havia muita gente nesse dia. Demasiada gente. Demasiadas damas de companhia e demasiados paus de cabeleira. Não correu bem. Parece que ficámos constrangidos pela dimensão da coisa.

Recordava, com saudade, o nosso primeiro encontro cara-na-cara. Em 1998. Que noite inolvidável. Que serão prazenteiro.

No sábado, dois velhos amigos "fizeram as pazes". O reencontro foi emotivo. Disseram-se coisas difíceis. A tensão foi evidente. A sensação de sufoco, de falta de ar, de desconforto esteve sempre presente. Até que "Unfinished Sympathy" selou a velha amizade com um copo de emoção.
Que noite extraordinária!

Eu levei a minha mulher e o meu enteado. Eles trouxeram a Martina Topley-Bird (também ela uma velha conhecida). E só pela Martina já quase tudo tinha valido a pena.

Fiquei feliz e ansioso pelo próximo encontro, nos meus headphones...
A nova conversa dos Massive Attack parece, também ela, um reencontro.
Dos Massive Attack com os Massive Attack.

terça-feira, novembro 17, 2009

Foi você que pediu uma lista?

Pois.
Quando começava a compilar as sensações melómanas do ano, apercebi-me que 2009 não se encerra apenas a si próprio; encerra a primeira década deste milénio.
Já há por aí balanços destes primeiros 10 anos. O do NME é um deles.

E que tal, Strummer? Vai uma lista de 50?

segunda-feira, novembro 16, 2009

my bus to dreamland



I want my bus!
Não quero nada saber como te aconteceu, para mim quero um autocarro. Grande, com os cromados a brilhar, de rompante, inesperado, a atropelar-me e a espalhar pétalas encarnadas por todo o lado.
O autocarro que me leva colado à grelha, colado ao símbolo, com o calor do radiador, de luzes ligadas, até ao meu Dreamland.
Não é um all aboard. É só pra mim.


sexta-feira, novembro 13, 2009

Da feira.

Sou um vendedor de almas. De estados de espírito.
Sou um vendedor de localizações, de espaços, de geografias.
Sou um vendedor de latitudes e longitudes.
Apregoo o melhor que posso e sei.
Lanço slogans. Atraio clientes.

Sou um vendedor de terra. Da terra.
Falo idiomas. Desdobro línguas.

Sou um vendedor. Como qualquer vendedor da feira.

quarta-feira, novembro 11, 2009

Wild Beasts, I think I love you.

Quem quer um vício? Quem?

terça-feira, novembro 10, 2009

Vencer a Inertia (Creeps).

21 de Novembro, no Campo Pequeno.
Regresso aos Massive Attack. Eles regressam a Portugal.
Será que regressarão ao meu coração?


Massive Attack, Royal Festival Hall from jbarahona on Vimeo.

segunda-feira, novembro 09, 2009

Usa e abusa

Bush is the devil in you, disse um dia Jay Jay Johanson num dos seus videos. Mas a América também nos dá boas oportunidades, como as de poder dançar temas dos anos oitenta desenhados em 2009.
Confuso? Confere o novo remix assinado por Classixx.
Yacht - Psychic City (Classixx Remix).

Chamem-lhe um figo

The Unforgettable Fire.

Aqui.
Uma amostra dos brindes que este bolo rei trás.
Celebração dos 25 anos.

Para mim é, a par de OK Computer, dos Radiohead, o disco mais importante da minha vida.

Só.

Do azeite, com amor.

Carrinhos de choque, pela mão de Richard X.

(o pior é que sabe bem...)


Tudo é amor. Tudo!

Estou ansioso pela nova película de Spike Jonze.
E a ansiedade foi provocada primeiro pelo som, muito antes de ver a imagem.
A edição da banda sonora, a cargo de Karen O & The Kids, é uma pérola deste final de 2009.

Depois vi o trailer, do qual se apresentam abaixo algumas imagens, ao som de All is Love (uma das canções do ano, composta por Karen O e por Nick Zimmer, seu parceiro nos Yeah Yeah Yeahs).

O universo visual em que "Where the Wild Things Are" só podia sair da mão de Spike Jonze.

Aguardemos.


segunda-feira, novembro 02, 2009

Slow motion monday

Raro e inesquecível.

Correr para ficar parado. Correr para um fogo inesquecível.
Correr para desaparecer. Correr para regressar a casa. Uma espécie de regresso a casa.

Trancado, em quarentena por outras viroses de outras letras do alfabeto. 7 anos. De idade.
O cheiro do plástico preto. O ruído do cotão acumulado.
Bad.

Nasci nesse dia.

Os parteiros recordam agora esse momento, em edição Deluxe.
E mostram os Lados B e as raridades do dia em que nasci.
Saudades.





domingo, novembro 01, 2009

Adeus António...

Adeus António.

O António foi uma das pessoas que, sem receber remuneração específica por isso, muito contribuiu para a minha educação. Foi uma das pessoas que me ensinou a ouvir música, o que significa que foi uma das pessoas que me fez ser o que sou hoje.

O António foi uma das pessoas mais simples que tive a oportunidade de conhecer. Foi uma sorte, uma benção, ter tido essa oportunidade.

O António entrevistou-me durante uma hora, em directo na Rádio Comercial, no extinto "Hora do Lobo". Tratou-me melhor do que trataria uma qualquer vedeta da indústria musical. Aliás, eu, como todos os músicos aspirantes, os músico novos, acabávamos por ser as verdadeiras vedetas do António. E por isso, no fim da entrevista, o António deu-me o seu número de telemóvel.
Que ainda guardo.
Para o qual olhei hoje várias vezes.
Acho que nunca mais nos falámos desde então. Mas a simples sensação de que já não o poderei fazer atormenta-me.

Continuei a ouvir o António, mesmo quando o António já só tocava para a Grande Lisboa. Fazia-o pela web.

Continuei a ouvir o António, mesmo quando o mainstream o atirou para uma margem. Fazia-o por convicção.

Continuarei a ouvir o António, mesmo agora que a sua máquina deixou de trabalhar. Fá-lo-ei por admiração.

Adeus António. Obrigado António.

Sou hoje muito daquilo que me deste a ouvir.